A cúpula da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), que fez o presidente Lula deixar a COP30 em Belém para participar do evento na Colômbia, é vista como um espaço estratégico para debater temas regionais importantes, sobretudo a presença dos navios de guerra americanos na região do Caribe e na costa venezuelana. Lula considera a América Latina e o Caribe uma zona de paz e acredita que os conflitos na Venezuela devem ser resolvidos politicamente, não militarmente, o que fundamenta sua decisão de priorizar a cúpula da Celac neste momento.
Além disso, a cúpula reúne todas as nações da América Latina e do Caribe com o objetivo de promover a integração regional, diferenciando-se da Organização dos Estados Americanos (OEA) por não incluir Estados Unidos e Canadá. Entre as pautas da cúpula estão a retomada do diálogo entre os países membros e o fomento à cooperação, incluindo negociações importantes como o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia.
Espera-se que a cúpula consolide a Declaração de Santa Marta e o Mapa do Caminho 2025-2027, que visam avançar na cooperação regional e na resolução de temas críticos para a América Latina e o Caribe, com destaque para a defesa de soberania, integração e soluções políticas para conflitos na região.
Assim, a saída de Lula da COP30, evento climático em Belém que enfrenta problemas de infraestrutura e menor engajamento internacional, em favor da cúpula da Celac, simboliza uma aposta na diplomacia regional para avançar causas estratégicas da América Latina e Caribe em um momento de tensões geopolíticas.



