O Governo do Amazonas inicia dezembro mergulhado em uma dívida de R$ 93.133.179,79 em contas já empenhadas e que aguardam pagamento. Os dados constam no documento oficial de Programação de Desembolso em Ordem Cronológica, divulgado pela Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz-AM). O volume de débitos escancara o descompasso entre o gasto público e a capacidade real de pagamento da gestão Wilson Lima, mesmo com um decreto de contenção de despesas em vigor desde o primeiro semestre de 2025. Órgãos com maiores dívidas A lista de órgãos com valores mais altos “na fila” para receber revela gargalos graves em áreas estratégicas do Estado. Entre elas: UGPE – Unidade Gestora de Projetos Especiais: R$ 16.160.476,93 Secom – Secretaria de Comunicação Social: R$ 13.106.118,53 SUSAM – Secretaria de Saúde: R$ 6.906.149,47 ADS – Agência de Desenvolvimento Sustentável: R$ 6.892.069,88 SSP – Segurança Pública: R$ 5.703.820,05 Casa Militar: R$ 3.089.396,60 PMAM – Polícia Militar: R$ 2.930.995,59 UEA – Universidade do Estado do Amazonas: R$ 2.703.858,51 A concentração de dívidas em áreas sensíveis, como Saúde, Segurança Pública e Educação, reforça o cenário de desequilíbrio financeiro, já que esses serviços não podem ser interrompidos. Embora o governador Wilson Lima tenha publicado um decreto de austeridade para restringir gastos e limitar novos empenhos, o efeito prático foi nulo. Mesmo com a regra em vigor, a lista de despesas pendentes continuou crescendo mês após mês, evidenciando que o governo passou a adiar pagamentos e empurrar compromissos para o mês seguinte, em vez de conter os gastos.
Secom chama atenção pelo alto volume de débitos Entre as pastas mais endividadas, a Secretaria de Comunicação aparece com mais de R$ 13 milhões pendentes, montante superior ao de secretarias essenciais como Saúde, Segurança ou a própria Universidade do Estado do Amazonas. Em um ano pré-eleitoral, o valor alto desperta preocupação sobre prioridades orçamentárias. Pressão para dezembro Com o encerramento oficial dos pagamentos do exercício fiscal previsto para 15 de dezembro, o governo enfrenta forte pressão para honrar compromissos com fornecedores, prestadores de serviços e contratos continuados. Especialistas alertam que atrasos podem paralisar áreas importantes do Estado. Os números evidenciam um governo que termina 2025 sem controle sobre o fluxo de caixa. A dívida acumulada de R$ 93 milhões é o retrato mais claro do descontrole fiscal que marca a gestão Wilson Lima. O cenário indica que 2026 já começará comprometido, com a nova administração herdando uma máquina pública pressionada, contas atrasadas e um ambiente financeiro deteriorado.



