O deputado Wilker Barreto (Mobiliza) disse ontem que há cerca de um mês realizou fiscalização no Hospital 28 de Agosto, administrado por uma Oorganização Social, e constatou que “estão tirando os médicos experientes da UTI (Unidade de Terapia Intensiva), porque obviamente a experiência tem um preço, a especialização, o mestrado, o doutorado, isso é um preço”. Segundo ele, trata-se de uma medida de economia perigosa, que coloca em risco a vida de pacientes.
Barreto lembrou o caso ocorrido no Hospital Santa Julia, quando uma médica inexperiente tirou a vida de um garoto ao aplicar o medicamento de forma errada. Ele disse que ouviu da direção clínica do 28 de Agosto que a lei não exige especialização específica para atuação na UTI, bastando que o profissional possua CRM e que haja um coordenador habilitado. Ele afirmou que essa informação o preocupa, pois envolve setores onde decisões rápidas podem definir o desfecho de um atendimento.
O parlamentar destacou que essa realidade exige reflexão sobre os critérios usados para alocação de equipes, especialmente em ambientes que lidam diariamente com situações de risco extremo.
“O que eu quero deixar aqui para a sociedade amazonense é uma reflexão: será que na UTI do 28 de Agosto pelo menos os médicos tinham que ter especialização. A lei não proíbe, se você tem um CRM você é médico. Mas aí eu pergunto: será que naquele momento crucial em que 1 minuto é a decisão entre a vida e a morte a experiência não precisa ser levada em consideração? Sabe qual é o pré-requisito hoje das OSS? O custo, não é a vida.”
Wilker relatou que o vídeo mencionado em seu discurso foi gravado nesta segunda-feira (04/11), durante uma fiscalização no Complexo Hospitalar Sul, que inclui o Hospital 28 de Agosto e o Instituto da Mulher Dona Lindu. Segundo ele, a visita acabou se transformando em uma reunião com a empresa gestora e representantes da Secretaria de Estado de Saúde, onde foram discutidos pontos contratuais que, na sua avaliação, exigem maior controle, transparência e revisão urgente.
Cobrança
Em seu encerramento, Wilker informou que buscará providências institucionais, acionando os órgãos competentes para que acompanhem o caso e esclareçam os critérios adotados pelas OSS.
“Eu estou formalmente encaminhado à Comissão de Saúde desta Casa, precisamos trazer aqui o responsável técnico dessa OSS. Estou comunicando ao Ministério Público nas suas promotorias que cuidam dos serviços e dos contratos, porque a fala é estarrecedora”, finalizou.



